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quinta-feira, 21 de junho de 2012

Meu testemunho de um namoro cristão que deu certo!


Por muito tempo eu achei que uma das maiores dores que eu havia sentido era a dor da espera! Desde muito nova, cursando o ensino médio, via minhas amigas de 15 e 16 anos namorando, e eu não conseguia me firmar com ninguém. Tentei melhorar a minha aparência, deixei o cabelo crescer, usei aparelho, comecei a andar com roupas mais transadas, melhorei meu nível cultural, comecei a frequentar as boas baladas da noite uberlandense, onde eu morei até poucos anos atrás. Com isso, minha auto estima melhorou e, de fato, consegui atrair muitos rapazes legais, bonitos, universitários, formados. E, por um momento, todo esse brilho foi muito bom, sair, viajar, conhecer gente nova, “ficar”. Mas chegou um dia, que aquela dor da solidão voltou a doer. Havia tido poucos namorados, muitos não gostavam do meu jeito de namorar, quando eu avisava que gostaria de me casar antes de me entregar para meu amado, daí começavam as críticas e a zombaria. Muitos não me quiseram por me acharem “santinha” demais, outros, por não entenderem a minha opção em querer me manter virgem até o casamento; enfim, fui tachada como louca por muitos! Quanta dor, queridos leitores! Quanta dor havia em mim por não conseguir uma pessoa que me amasse do jeito que eu era, com as convicções de amor que eu tinha e sonhava. Foi daí que entendi, quando um dia partilhei essa dor que havia em mim com o meu Diretor Espiritual da época, Frei Flávio, falei para ele  do quanto me doía a espera do meu “eleito”, da minha “metade” do meu “José”.Nunca vou esquecer as sábias palavras do meu querido Frei Flávio, “Santinha, se a sua vocação é o Matrimônio, Deus se encarregará de trazer a você o complemento desta vocação; a você cabe esperar e se preparar como pessoa, como mulher, para recebê-lo”. Que conforto ao ouvir isto! Comecei então a rezar pela minha vocação, este foi o meu primeiro passo. Fiz Acompanhamento Vocacional com as Irmãs Vicentinas de Araguari- MG. Em pouco tempo, tive certeza que minha vocação era mesmo me casar, com isso houve um segundo passo: comecei a rezar e pedir para Deus o meu eleito, rezava também por ele, mesmo não o conhecendo ainda, mas sabia que ele estava no coração do Pai, sendo trabalhado para mim, como eu estava sendo para ele. Quantas vezes eu olhava para o céu, contemplava as estrelas e me imaginava do lado dele contemplando juntos! Eu o amava, o sentia, antes de saber quem ele era. Para muitos isto foi loucura, mas para mim isto é fé! Segui o conselho do Frei, busquei a minha vocação e resolvi esperar e me preparar para a chegada do meu “José”. Sempre na oração do terço, pedia a Nossa Senhora, a graça de ser uma boa esposa, e ela me ensinou. Já estava com 23 anos, não tinha aptidão nenhuma para dona de casa, foi quando comecei a aprender a cozinhar, a lavar roupas, a comandar uma casa. A minha espera tomou outra dimensão, saíu do ambito da dor e passou para o ambito do sonhos! Comecei a esperar do jeito certo! Sonhava com as músicas, cerimônia, festas e o vestido do meu  casamento.Um dia, lendo o livro do Juninho: “Homens e Mulheres de Fogo”, sem nunca imaginar que seria missionária da Missão Ide, uma frase dele me tocou muito e direcionou mais ainda a minha espera; esta frase dizia: “A unção tem um preço. Temos vendido nossa unção muito barato, queremos arrancar mel da boca do diabo para satisfazer os pecados da carne, queremos andar de mãos dadas com o mundo”. Nesta época eu era muito norturna, gostava de festas, saia de segunda a segunda e, após a leitura desse trecho, senti que Deus me convidava a me santificar, e pude ouvir a sua voz me pedindo isto. E percebi que o meu eleito viria até mim, não havia necessidade de nenhuma “ajudinha” de minha parte. A partir dali, comecei então a cortar aquilo que me roubava os sonhos, que eram as minhas saídas para bares e danceterias, onde eu acabava por conhecer alguém e me interessava, e acabava confusa, achando que poderia ser ele o eleito. Foi o maior sacrificio que fiz, parei de sair, fiquei frequentando lugares como festinhas em casas de amigos, cinemas e comecei a servir mais na Igreja. Fiquei um ano assim. No final de dezembro fui passar o natal na casa de um casal amigo, Dimitri e Renata, foi quando reencontrei o Andrei, por ser ele irmão do Dimitri, eu já o havia conhecido há tempos atrás, mas nunca imaginei nada. Quando o vi, meu coração bateu mais forte, minha respiração acelerou, a barriga esfriou, e percebi que algo muito diferente estava acontecendo comigo. Foi quando eu ouvi nitidamente, uma voz que veio do mais profundo do meu  ser, que me dizia: “Este é o homem que tenho para sua vida!”. Quase morri de susto! Mas acreditei, e uma paz deliciosa invadiu o meu coração. A apartir dali, começamos a conversar e percebi que ele também nutriu algo por mim. Nesta época ele morava em Araçatuba-SP, onde fazia a faculdade de Odontologia. Nos dias de natal pudemos convesar muito sobre os nossos sonhos, anseios, e desejos futuros. Fiquei encantada com a afinidade que tivemos. Tudo que eu havia pedido a Deus, ele possuía. No dia 03 de janeiro de 2001, ele me pediu em namoro, demos o nosso primeiro beijo, e namoramos a distância durante todo este ano, nos encontrávamos uma vez por mês, quando era possível. No dia 04 de maio de 2002, ficamos noivo, e no dia 17 de maio de 2003, às 10:30 hs da manhã, nos unimos em Matrimônio no Santuário de São Judas Tadeu, em Uberlândia-MG, na presença de nossos familiares, padrinhos, amigos e dos queridos sacerdotes: Frei Flávio, Padre José Anchieta e Padre João. Amados irmãos, nosso casamento foi do jeito que haviamos sonhado. Tudo se realizou melhor do que havíamos esperado! Todos que foram puderam testemunhar que a graça da promessa cumprida estava sobre aquele momento! Posso testemunhar para você hoje, siga este conselho bíblico: “Põe tuas delícias no Senhor, e os desejos do teu coração, Ele atenderá”(Salmo 36,4). E não se esqueça que nosso amado Jesus nos promete: “Qualquer coisa que me pedirdes em meu nome, vô-lo farei” -  João 14,4; até um namorado ou namorada! Nem sempre casamos com o nosso primeiro namorado, mas de todos os namoros que eu tive, colhi uma lição; em todas essas vivências houve uma preparação que me amadureceu para aquele que me levou ao Altar do Senhor: Andrei Barêa. Hoje estamos com 09 anos de casados, o Andrei além de meu esposo é meu melhor amigo, cumplice, que me ama do jeito que sou, que me ajuda a melhorar naquilo que posso, que se doa para mim com gratuidade, e me faz ser recíproca! É de fato o vinho, que a cada ano que passa, fica mais saboroso. Passamos muitas dificuldades, mas tiramos disto aprendizados  que nos  ensinou a nos descobrirmos como pessoas e como cristãos. Hoje somos missionários da Missão Ide e estamos em missão na cidade de Rondonópolis-MT. Sou Assistente Social e ele Odontólogo, não temos filhos, mas como me disse um dia, uma grande mulher, Fátima Simamotto, que foi Coordenadora da RCC de Uberlândia-MG, com toda sua sabedoria e maturidade: “Dani e Andrei, vejo que Deus irá derramar uma fecundidade especial em vocês, creio que se não for filhos poderá ser um fecundo ministério de evangelização!”. E assim foi, hoje como missionários, geramos filhos espirituais, e somos felizes assim! Geramos filhos para Deus, até que se for da vontade Dele, nos conceda um! Creiam queridos, esse provérbio é real: “A casa e os bens vem dos pais, mas do coração de Deus o esposo prudente” Prov 19,14. Somos testemunhas disto! Deus abençoe a sua espera, e se está demorando, acredite: Deus tem bom gosto!
Um abraço avivalista,
Daniela Barêa

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

Hoje é o dia do ano Litúrgico que refletimos o ápice da vida de Jesus, sua Paixão e morte na cruz. Temos um extenso texto do Evangelho de João, que vale a pena lê-lo por completo, em Jo18,1 até Jo 19-42 http://www.bibliacatolica.com.br/27/50/18.php. Depois de lê-lo, reflitamos nesta passagem, em seguida.

Judas,um dos discípulos de Jesus, caminhou com Ele, viu seus milagres e sua misericórdia, e parece-nos até hoje, o pior dos humanos. Poucos questionam a maldade dos algozes que flagelaram, coroaram de espinhos, zombaram e crucificaram Jesus. Mas a traição de Judas muito nos incomoda. Por que isso nos causa tanta repulsa?

Pedro, o primeiro papa da história da Igreja, aquele que andou com Jesus sobre as águas, viu seus milagres, sua ousadia em afrontar os mestres da Lei, sua caridade com a fome do povo, suas noites em vigília; o viu transfigurado no monte Tabor, e negou Jesus três vezes, na hora em que Jesus mais se encontrava desamparado. Isso também nos dói por dentro.Por que nos causa tanta decepção?

Na verdade, quando Jesus acaba de ser entregue por Judas, e ao chegarem os soldados, se revela com a célebre frase “Sou Eu”, e algo de extraordinário acontece, e poucas pessoas percebem o que houve neste momento. No exato momento que Jesus diz “Sou Eu”, os soldados caem por terra! Vejam, aqueles que representavam a ponta do poder da Terra, como se fossem as mãos de Pilatos, não suportaram a voz de Jesus, se revelando divino, como que se ecoasse a voz de Deus Pai, em Êxodo 3,14. Neste momento, a humanidade toda, em sua insignificância, estava representada por aqueles soldados, com todo o poder e autoridade terrena, e a mesma foi ao chão. Nada, nem a maior autoridade deste mundo, ao menos suportou por um instante, a maior arma do mundo: Jesus se revelando como Deus.

São Paulo Apóstolo nos diz em Romanos 5,6-7: “Foi, com efeito, quando ainda éramos fracos, que Cristo, no tempo marcado, morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém dá a vida por um justo, por um homem de bem talvez haja alguém que se disponha a morrer. Mas Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores. Quanto mais, então, agora, justificados por seu sangue, seremos por ele salvos da ira.”

O fato, é que, neste dia da Paixão de Jesus, quando vamos entrando em contato com a leitura do Evangelho de João, e vamos percebendo o tamanho da injustiça contra o Filho de Deus, isso nos constrange também! O que houve naquele dia? Por que Deus quis se fazer homem, sofrer tanto assim, e como se fosse um miserável pecador ter sido entregue à crucificação, e morrer tão injustamente? Por que neste dia de sua morte, ao jogarem a lança em seu lado, saiu água e sangue? Na verdade isso é o momento mais importante da vivência da fé do cristão. Não é uma história para apenas ser relembrada como qualquer outra, é a nossa história, é a reverberação, o eco da potência da Misericórdia divina atravessando mais de dois mil anos para chegar até nós, e ao mundo inteiro, com o sangue e a água, a redenção e a misericórdia, por todas as gerações! “Quando éramos fracos, que Cristo, morreu pelos ímpios”, dizia Paulo. Paulo acertou quando descobriu isso, pois todos nesta vida, somos um passado de gente pecadora, tão pecadores quanto Judas, Pedro, e todos os outros! Quero dizer, com tudo isso, que Jesus é o grande e único Justo, o único Cordeiro competentíssimo no Universo, para expiar, para apagar, nossos pecados! Os meus e os seus também! Sim, esse é o sentido da reflexão da Paixão e Morte de Jesus! Pense nisso: Sua história de vida tem jeito sim! Desde dois mil anos atrás, Deus quis por amor a você, se encarnar na pessoa de Seu Filho Único, Jesus, e carregar sobre si todas as suas transgressões, os meus e os seus pecados!

Hoje é o dia de refletir toda a traição da humanidade, que rejeita as palavras de Jesus, que por medo de sofrer o preço das perseguições que acompanha os profetas, nega Jesus, o entrega como
que o perdendo à morte, deixando todos os dias Jesus ser crucificado novamente em cada vez que uma pessoa é deixada na injustiça, na fome, na nudez, preso sem visita, doente, e na solidão. Todas as vezes que deixamos de lado estas pessoas, é Jesus quem vai para a cruz injustamente de novo. Toda vez que beijamos sua cruz, não apenas na imagem da Celebração na Igreja no dia de hoje, mas toda vez que beijamos Jesus, quando Ele se encontra no irmão que sofre, verdadeiramente, entramos na esfera do mesmo susto dos soldados ao caírem no chão pela voz de Jesus dizendo “Eu Sou”, pois a voz do eterno já entrou em nossos ouvidos e na alma, e então nos tornamos capazes de viver a essência de Deus, o amor, em nossas vidas!

Viva isto! Experimente o amor pela Cruz! Experimente deixar Jesus amar a humanidade através de você! Experimente amar Jesus através do irmão que sofre! Isso é o sentido do Cristão! Que Deus o abençoe, e abençoe toda a humanidade, com a graça da Salvação!

Andrei Barêa e Daniela Barêa - Agentes PASCOM /Missionários Ide

sábado, 3 de março de 2012

“Eu vim para que todos tenham a vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10),

O plano de Deus é a salvação da humanidade, e sempre estará neste contexto a produção e preservação da matéria prima divina: a Vida.

Mas muitos cristãos tem às vezes se preocupado muito com o espiritual, e acabam se esquecendo que o próprio Filho de Deus quis se encarnar, e por isso devem prestar mais atenção à sua humanidade, ao seu “ser humano”.

A vontade de Deus está sim, em carregarmos nossa cruz, em renunciarmos a nós mesmos e assumirmos o caminho do Calvário junto com Jesus para ajudarmos no plano de salvação, através da evangelização, da doação e do Caminhar com Jesus. Mas em nenhum momento, nenhum dos profetas, nem Jesus, nem os apóstolos e cristãos se deram o direito de serem desleixados com suas vidas. É bem verdade que aceitavam os opróbrios da vida, viviam o desapego das coisas terrenas, se importavam mais com os atos de amor para com o próximo.

Porém, é preciso hoje, prestarmos atenção a este versículo bíblico, lema da Campanha da Fraternidade de 2012: “Que a saúde se difunda sobre a Terra” (Eclesiástico 38,8). A saúde da humanidade também está na bíblia, também faz parte do plano de salvação de Deus, também é vontade de Deus. Todo aquele que impede a saúde de chegar aos mais pobres, tendo por obrigação fazê-lo, e não o fazem por corrupções, desleixos e outros motivos deste teor, peca gravemente. Sim, Deus não irá nos cobrar por nossos pecados à respeito de nossas fraquezas mais do que pelo bem que podíamos ter feito e não o fizemos. Isso sim é pecado grave!

Por outro lado, temos culpado nossos governantes e autoridades pela saúde precária no Brasil, mas pouco temos olhado para o que nós mesmos temos feito de nossa saúde. Será que temos cuidado de nós mesmos? Basta refletir: Tenho dormido direito? Tenho procurado aprender como me alimentar corretamente, de modo nutritivo, mesmo às vezes não tendo condições abastadas para refeições melhores? Tenho procurado prevenir doenças que posso hoje em dia prevenir? Será que zelo do meu corpo, cuidando da higiene, tomando medicamentos corretamente, ou mesmo fazendo exercícios físicos? Escovo os dentes? Vou ao médico me tratar quando estou precisando? Tenho pensado nos meus irmãos que podem contrair doenças por meu descuido, e tenho procurado me curar para não contaminar à outros?

Essas são algumas das várias maneiras de se preocupar com nossa saúde. É fácil criticar os políticos, quando nós mesmos somos às vezes "corruptos" conosco mesmos, e usamos da saúde pública como “muleta”, como meio de vida, para tentar corrigir a falta de cuidados com nossa saúde que poderíamos ter tido.

Ser cristão, não é apenas ter atitudes “espirituais” ou fazer obras sociais. Ser cristão é transcender, é passar à um nível maior de entendimento sobre a vontade de Deus, é ver que o amor verdadeiro é dar a vida por outros, mas primeiro experimentando a vida em mim mesmo! Como posso saber como dar vida à uma pessoa se não experimentei ainda a vida em mim mesmo?

Quaresma é tempo de conversão, não de "papo furado"! Deus tudo vê, e não é o que fazemos para as pessoas verem que conta na nossa história com Deus. O que Deus quer é um coração quebrantado, que aceita na humildade reconhecer seus próprios erros e mudar suas atitudes, aprendendo a cuidar de si mesmo e também dos outros, com verdadeiro amor-doação.

Que Deus abençoe seu tempo quaresmal, que você possa experimentar a presença de Deus nas pequenas atitudes, para um dia conseguir realizar as grandes atitudes. Afinal “O ótimo é inimigo do bom”, dizia um pensador francês, Voltaire. Faça o que é bom primeiro, e logo chegará ao ótimo!


Andrei Barêa /Daniela Barêa- Missão IDE