Total de visualizações de página

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo

Hoje é o dia do ano Litúrgico que refletimos o ápice da vida de Jesus, sua Paixão e morte na cruz. Temos um extenso texto do Evangelho de João, que vale a pena lê-lo por completo, em Jo18,1 até Jo 19-42 http://www.bibliacatolica.com.br/27/50/18.php. Depois de lê-lo, reflitamos nesta passagem, em seguida.

Judas,um dos discípulos de Jesus, caminhou com Ele, viu seus milagres e sua misericórdia, e parece-nos até hoje, o pior dos humanos. Poucos questionam a maldade dos algozes que flagelaram, coroaram de espinhos, zombaram e crucificaram Jesus. Mas a traição de Judas muito nos incomoda. Por que isso nos causa tanta repulsa?

Pedro, o primeiro papa da história da Igreja, aquele que andou com Jesus sobre as águas, viu seus milagres, sua ousadia em afrontar os mestres da Lei, sua caridade com a fome do povo, suas noites em vigília; o viu transfigurado no monte Tabor, e negou Jesus três vezes, na hora em que Jesus mais se encontrava desamparado. Isso também nos dói por dentro.Por que nos causa tanta decepção?

Na verdade, quando Jesus acaba de ser entregue por Judas, e ao chegarem os soldados, se revela com a célebre frase “Sou Eu”, e algo de extraordinário acontece, e poucas pessoas percebem o que houve neste momento. No exato momento que Jesus diz “Sou Eu”, os soldados caem por terra! Vejam, aqueles que representavam a ponta do poder da Terra, como se fossem as mãos de Pilatos, não suportaram a voz de Jesus, se revelando divino, como que se ecoasse a voz de Deus Pai, em Êxodo 3,14. Neste momento, a humanidade toda, em sua insignificância, estava representada por aqueles soldados, com todo o poder e autoridade terrena, e a mesma foi ao chão. Nada, nem a maior autoridade deste mundo, ao menos suportou por um instante, a maior arma do mundo: Jesus se revelando como Deus.

São Paulo Apóstolo nos diz em Romanos 5,6-7: “Foi, com efeito, quando ainda éramos fracos, que Cristo, no tempo marcado, morreu pelos ímpios. Dificilmente alguém dá a vida por um justo, por um homem de bem talvez haja alguém que se disponha a morrer. Mas Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores. Quanto mais, então, agora, justificados por seu sangue, seremos por ele salvos da ira.”

O fato, é que, neste dia da Paixão de Jesus, quando vamos entrando em contato com a leitura do Evangelho de João, e vamos percebendo o tamanho da injustiça contra o Filho de Deus, isso nos constrange também! O que houve naquele dia? Por que Deus quis se fazer homem, sofrer tanto assim, e como se fosse um miserável pecador ter sido entregue à crucificação, e morrer tão injustamente? Por que neste dia de sua morte, ao jogarem a lança em seu lado, saiu água e sangue? Na verdade isso é o momento mais importante da vivência da fé do cristão. Não é uma história para apenas ser relembrada como qualquer outra, é a nossa história, é a reverberação, o eco da potência da Misericórdia divina atravessando mais de dois mil anos para chegar até nós, e ao mundo inteiro, com o sangue e a água, a redenção e a misericórdia, por todas as gerações! “Quando éramos fracos, que Cristo, morreu pelos ímpios”, dizia Paulo. Paulo acertou quando descobriu isso, pois todos nesta vida, somos um passado de gente pecadora, tão pecadores quanto Judas, Pedro, e todos os outros! Quero dizer, com tudo isso, que Jesus é o grande e único Justo, o único Cordeiro competentíssimo no Universo, para expiar, para apagar, nossos pecados! Os meus e os seus também! Sim, esse é o sentido da reflexão da Paixão e Morte de Jesus! Pense nisso: Sua história de vida tem jeito sim! Desde dois mil anos atrás, Deus quis por amor a você, se encarnar na pessoa de Seu Filho Único, Jesus, e carregar sobre si todas as suas transgressões, os meus e os seus pecados!

Hoje é o dia de refletir toda a traição da humanidade, que rejeita as palavras de Jesus, que por medo de sofrer o preço das perseguições que acompanha os profetas, nega Jesus, o entrega como
que o perdendo à morte, deixando todos os dias Jesus ser crucificado novamente em cada vez que uma pessoa é deixada na injustiça, na fome, na nudez, preso sem visita, doente, e na solidão. Todas as vezes que deixamos de lado estas pessoas, é Jesus quem vai para a cruz injustamente de novo. Toda vez que beijamos sua cruz, não apenas na imagem da Celebração na Igreja no dia de hoje, mas toda vez que beijamos Jesus, quando Ele se encontra no irmão que sofre, verdadeiramente, entramos na esfera do mesmo susto dos soldados ao caírem no chão pela voz de Jesus dizendo “Eu Sou”, pois a voz do eterno já entrou em nossos ouvidos e na alma, e então nos tornamos capazes de viver a essência de Deus, o amor, em nossas vidas!

Viva isto! Experimente o amor pela Cruz! Experimente deixar Jesus amar a humanidade através de você! Experimente amar Jesus através do irmão que sofre! Isso é o sentido do Cristão! Que Deus o abençoe, e abençoe toda a humanidade, com a graça da Salvação!

Andrei Barêa e Daniela Barêa - Agentes PASCOM /Missionários Ide